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SE O POVO QUE CHAMA PELO MEU NOME

SE O POVO QUE CHAMA PELO MEU NOME

“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (II Cr. 7.14).

A interpretação das Escrituras pressupõe conhecimento de história, a fim de contextualizar as passagens bíblicas, abrangendo as dimensões literárias e culturais. O texto que se encontra em II Cr. 7.14 tem sido amplamente e indevidamente utilizado. É muito comum oradores nas tribunas fazerem uso desse texto para se referir a um país especificamente. A mensagem inspira humildade, sobretudo na oração, e a busca pelo perdão dos pecados, a fim de que Deus cure a nação. Essas palavras, no entanto, foram direcionadas ao povo de Israel, no período em que Salomão era o monarca.
Esse texto é a resposta do Senhor a Salomão, depois que o rei buscou a Deus, dedicando-LHE o templo que fora edificado. O referido monarca suplicou a Deus em oração para que Ele direcionasse Seu olhar para a nação israelita. Na ocasião, a shekinah – glória de Deus – veio do céu sobre aquele lugar, o povo foi tomado pela presença de Deus. Momentos depois, durante a noite, Salomão recebeu uma revelação do Senhor, quando Yahweh respondeu sua oração feita no templo, afirmando: “ouvi tua oração e escolhi para mim este lugar para casa de sacrifício” (II Cr. 7.12).
Como princípio interpretativo, precisamos considerar que essa é uma promessa específica para Salomão, e por extensão, ao povo de Israel. O lugar ao qual o Senhor se refere no versículo 12 é o Templo, que havia sido dedicado a Deus. Sendo assim, o rei é Salomão, o povo é Israel, o povo, à época, exclusivo de Deus. Nenhuma outra nação, na atual dispensação bíblica, nem mesmo Israel, pode se arvorar como nação escolhida do Senhor. Considerando ainda o contexto, é preciso destacar que a benção de Deus viria sobre aquela nação, mas antes eles seriam afligidos por “seca”, “gafanhotos” e “peste” (II Cr. 7.13).
II Cr. 7.14 é uma promessa de Deus para Israel, quando essa nação se voltasse ao Senhor, depois dos dias de adversidade. Esse texto é equivocadamente utilizado quando pessoas dele se apropriam para defender, por exemplo, que o Brasil pode ser a nação eleita de Deus. O tratamento de Deus na atualidade, de acordo com a revelação das Escrituras, é com a Igreja. Jesus prometeu que a edificaria, e que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela (Mt. 16.18). A igreja é o Corpo de Cristo, formado não pelo povo de uma nação específica, mas de crentes judeus e gentios, de todos tempos e lugares, sob o senhorio de Jesus (Ef. 5.29).
A crença em uma nação cristã não passa de um mito, sobretudo em um país laico como o Brasil. As pessoas dentro deste país podem ter um encontro com Cristo, e passar a fazer parte do Corpo de Cristo. Devemos todos os esforços possíveis para evangelizar a todas as pessoas, para que essas se tornem discípulas genuínas de Cristo (Mt. 28.19,20). Aqueles que creem devem orar pelo bem-estar do nosso país, conforme instruiu Paulo ao jovem pastor Timóteo (I Tm. 2.1-4). Isso porque, depois que tomamos a decisão por Cristo, passamos a fazer parte do Reino de Deus, que permanece para sempre (Hb. 12.28).
A Igreja, composta por crentes de todas as nações, é a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para anunciar as virtudes dAquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (I Pe. 2.9). Israel voltará a ocupar o centro mundial quando Cristo voltar em glória, para estabelecer Seu reino milenial sobre a terra (Ap. 20.6). Enquanto isso não acontece, aqueles que compõem a igreja são cidadãos de um lugar melhor, que foi preparado por Cristo (Jo. 14.1; Fp. 3.20; Hb. 11.16). Não podemos ter expectativas muito positivas em relação aos governos humanos, muito menos que este país um dia se tornará uma nação cristã. Como cidadãos da terra, devemos escolher nossos representantes, e nos submeter às autoridades (Rm. 13.1), desde que essas estejam de acordo com vontade de Deus (At. 5.29).
Por isso devemos valorizar e defender o direito à liberdade religiosa neste país, indistintamente para todas as pessoas. Assim fazendo estaremos garantindo a possibilidade de testemunhar que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida, e que ninguém pode ir ao Pai a não ser através dEle (Jo. 14.6), e que somente há salvação em Seu nome, que está acima de todo nome na terra e nos céus (At. 4.12; Ef. 1.21). Por outro lado, podemos orar, e pregar o evangelho, para salvação dos brasileiros, para que esses se arrependam dos seus pecados, e se voltem para Deus (At. 3.19,20). Mas não há fundamento bíblico para o uso de II Cr. 7.14 como aplicação para determinada nação, considerado que essa é uma promessa específica para Israel.

Ev. José Roberto A. Barbosa (2º Secretário da Assembleia de Deus em Mossoró-RN e professor da EBD)

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