MANSIDÃO

A mansidão e o domínio próprio são as duas últimas virtudes do fruto do Espírito. Elas aparecem em Gl 5.22 somente na versão ARC, mas em todas as demais versões da Bíblia elas aparecem em Gl 5.23. Neste versículo, a palavra grega “praotes” é traduzida geralmente por “mansidão”. O vocábulo “Praotes” transmite a ideia de submissão dócil. É poder sob controle.

A mansidão é a qualidade ou estado de quem é manso. Ser manso não significa ser mole, covarde, medroso ou fraco. A pessoa mansa é uma pessoa plácida, calma, serena, tranquila e dócil. Quem é manso não é belicoso e nem agressivo, mas é pugnaz e pacífico. A mansidão se opõe à rispidez, violência, agressividade e aspereza. A mansidão é um aspecto do fruto do Espírito que contrasta com a ira (gr. thumos) e a contenda de palavras (gr. eris), que são obras da carne (Gl 5.20).

Como uma virtude do fruto do Espírito, a mansidão se refere à índole e ao comportamento pacífico de quem é manso e dócil. Na mansidão combina-se, equilibradamente, força e gentileza, firmeza e suavidade, impetuosidade e brandura, fortaleza e humildade, valentia e moderação.

A pessoa mansa possui a virtude da moderação associada à força e à coragem, a ponto de manifestar indignação legítima e equânime, quando necessário, mas também expressar calma, humildade e gentileza. A mansidão é como se fosse um “sistema de freios e contrapesos” que controla a ira e a indignação do homem em termos de quantidade, intensidade, frequência, ocasião e suas formas de manifestação.

A mansidão é uma virtude que deve ser almejada e buscada pelo crente (Sf 2.3). Os mansos são bem-aventurados (Mt 5.5). Diante da contenda entre os pastores de Abraão e os pastores de Ló, Abraão demonstrou grande mansidão ao fazer a seguinte proposta para Ló: “Não haja desavença entre mim e você, ou entre os seus pastores e os meus; afinal somos irmãos! Aí está a terra inteira diante de você. Vamos nos separar! Se você for para a esquerda, irei para a direita; se for para a direita, irei para a esquerda” (Gn 13.8-9 – NVI).

Moisés era “…mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Nm 12.3). Essa qualidade foi fundamental para que ele suportasse várias murmurações e rebeliões do povo de Israel durante 40 anos no deserto.

Após pronunciar palavras duras e de juízo contra as cidades de Corazim, Betsaida e Cafarnaum (Mt 11.20-24), Jesus se revelou como uma pessoa mansa e humilde de coração (Mt 11.29). Em certa ocasião (Mc 3.1-6), ao mesmo tempo em que Jesus manifestou sentimento de indignação contra os fariseus e herodianos, ele também ficou condoído com a dureza dos corações deles (Mc 3.5). O mesmo Jesus que “…fez um chicote de cordas e expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois; espalhou as moedas dos cambistas e virou as suas mesas” (Jo 2.15 – NVI), também disse à mulher apanhada em adultério: “…nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais” (Jo 8.11).

Apóstolo Paulo era manso (1 Co 4.14,21) e, escrevendo aos Gálatas, afirmou que a mansidão é uma das facetas do fruto do Espírito (Gl 5.23) e recomendou que a igreja tratasse com espírito de mansidão as pessoas surpreendidas nalguma ofensa (Gl 6.1). Aos Efésios, ele rogou para que eles andassem com toda a humildade e mansidão, como é próprio do cristão (Ef 4.1-2).

Nas Epístolas Pastorais, Paulo disse que Timóteo devia seguir a mansidão (1 Tm 6.11), e que “ao servo do Senhor não convém brigar mas, sim, ser amável para com todos, apto para ensinar, paciente. Deve corrigir com mansidão os que se lhe opõem…” (2 Tm 2.24-25 – NVI). Aos crentes das igrejas pastoreadas por Tito, Paulo exortou: “não caluniem a ninguém, sejam pacíficos e amáveis e mostrem sempre verdadeira mansidão para com todos os homens” (Tt 3.2 – NVI).

Tiago recomenda que devemos receber a Palavra de Deus com mansidão (Tg 1.21), além de mostrar, pelo bom trato, as nossas obras em mansidão de sabedoria (Tg 3.13). Ao defender e explicar a nossa fé, apóstolo Pedro recomenda que façamos isso com mansidão e temor (1 Pe 3.15). Ele também recomendou que as mulheres, ao invés de priorizar a beleza exterior, deveriam embelezar o seu interior com um “…incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus” (1 Pe 3.4).

Diante da grande importância que a mansidão representa para nós, sigamos a recomendação bíblica: “Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência” (Cl 3.12 – NVI).

Ev. Fábio Henrique (1º Secretário da Assembleia de Deus em Mossoró-RN e professor da EBD e do CETADEM).

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