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MAL

MAL

O ser humano tenta de todos os modos avançar cientificamente, mas não pode fugir da realidade do mal. Isso porque esse não está muito longe, está dentro de cada individuo, e não pode ser tecnicamente erradicado. O termo mal é bastante amplo na literatura bíblica, e apresenta uma série de nuances. Em hebraico, o verbo raa carrega o sentido de “ser afligido”, e tem a ver com “o estado de ser ou estar atribulado” (Gn. 21.11,12). Geralmente o raa acontece, no contexto judaico, quando alguém se distancia dos mandamentos de Deus, trazendo sobre si as consequências da desobediência (Sl. 119.115).
O substantivo hebraico aven diz respeito à injustiça, decepção ou falsidade. É nesse sentido que o profeta denuncia àqueles que têm pensamentos maus, e que causam maldade aos outros, bem como a si mesmas (Jr. 4.14). O próprio Deus detesta aqueles que maquinam o mal em seus corações contra as pessoas, algo que gera sofrimento (Sl. 66.18). Associado a aven está o substantivo hebraico raah que é usado em sentido moral, para denotar impiedade. O ser humano é capaz de fazer o mal a outras pessoas, mas Deus pode transformar o mal em bem, como aconteceu com José, após ser vendido como escravo pelos seus irmãos (Gn. 50.20).
O raah também se realizada por meio das tragédias da natureza, as calamidades ou catástrofes. Dentro do judaísmo, os raah vinham sobre Israel por causa da desobediência ao Senhor (Dt. 31.29). É nesse sentido que podemos compreender Jr. 26.19, texto no qual está escrito que Deus traz calamidade sobre as pessoas. Mas nem todas as catástrofes podem ser atribuídas a Deus, isso porque vivemos em um mundo caído, sujeito às intempéries da própria natureza. Essa condição de juízo através das catástrofes fazia parte do Pacto específico de Yahweh com Israel (Dt. 30.15).
No grego neotestamentário, também existem palavras distintas para denotar a maldade. Uma delas é adikia, que geralmente é traduzida por injustiça ou iniquidade. O substantivo kakia aparece várias vezes nos textos do Novo Testamento com o significado de impiedade. Os adjetivos akathatos e kakos passam a ideia de perversão de algo que originalmente era bom. Isso porque o mal, conforme advogam alguns filósofos e teólogos cristãos, é apenas a ausência do bem. Isso revela que o mal e bem, na cosmovisão bíblica, são antagônicos, mas não são iguais. Conforme explicitou Agostinho de Hipona, o mal é, na verdade, a ausência do bem.
É nesse contexto que é válido ressaltar que Deus não pode ser tentado pelo kakos, pois não se pode atribuir a Ele a origem do mal (Tg. 1.13). As pessoas são moralmente e eticamente más, conforme Mt. 21.41; 24.48; Fp. 3.2; Ap. 2.2). Jesus foi enfático ao declarar que é do coração do homem que procede o mal (Mc. 7.21). O kakos, de acordo com I Tm. 6.10, tem sua raiz do amor ao dinheiro, e é expresso através do uso inadequado da língua (Tg. 3.8). O advérbio kakõs ocorre algumas vezes no Novo Testamento, para se referir à pessoa que se encontra doente, ou que fez algo que não deveria.
O adjetivo grego poneros é bastante recorrente no Novo Testamento, e esse significa basicamente maldade, geralmente no sentido físico, para o caso de doença (Mt. 6.23) ou sofrimento em geral (Ap. 16.2). Aqueles que rejeitam ou perseguem a Cristo realizam esse tipo de mal, a quem Ele denominou de geração má (Mt. 12.39; 16.4; Lc. 11.29). Mas apesar da maldade humana, Deus mostra Seu amor a todos, na medida em que dispensa graça sobre maus e bons (Mt. 5.45), na verdade Ele é benigno até mesmo com aqueles que fazem o mal (Lc. 6.35). Mas é preciso também orar e vigiar, para não ser surpreendido pelo Maligno (Mt. 6.13), personificado na figura de Satanás.
O Inimigo, que é a expressão da maldade, tenta distanciar a todos de Deus. E aliando ao mal que está nas pessoas, transtorna as vidas e a sociedade. A resposta de Deus, ao Maligno e ao mal, foi dada na cruz, através de Jesus Cristo. No calvário o próprio Deus trouxe o mal sobre Si, a fim de extrai-lo da humanidade, e derrotar o poneros. Esse mal é reconhecido como o pecado, que corrói a vida das pessoas, resultando em calamidade, e condenação. Mas ao receber o mal sobre Ele mesmo, Jesus deu às pessoas a possibilidade de quebrar esse ciclo de maldade, trazendo uma mensagem de esperança. Mas para isso as pessoas precisam reconhecem o raa/poneros que se encontra nelas mesmas.
A esse respeito, perguntaram certa feita ao escritor britânico Chesterton qual era o principal problema da humanidade. Ele respondeu de forma enfática apenas com uma palavra “Eu”, reconhecendo que todos precisam assumir essa condição de maldade, se arrepender dos seus pecados, e receber a bondade graciosa e transformadora de Deus.

Ev. José Roberto A. Barbosa (2º Secretário da Assembleia de Deus em Mossoró-RN e professor da EBD)

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