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AMOR INTEGRAL A DEUS

AMOR INTEGRAL A DEUS

Em Dt. 6.4,5 encontramos a declaração de fé do povo hebreu que diz: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças” (ACF). Em hebraico, essa expressão apresenta algumas particularidades, que merecem ser analisadas. Destacamos inicialmente que esse texto se encontra na Torah, o manual de orientação para a vida do povo de Israel, mais especificamente no coração do Deuteronômio, ou no livro da segunda instrução, e no contexto em foco, com vistas ao ensinamento das crianças.
Uma palavra-chave nessa confissão de fé é o termo hebraico ehad, que significa único com o objetivo de determinar a singularidade de YHWH (Adonai). Em resposta a essa especificidade, o povo deveria adorar SOMENTE ao Senhor, nenhum outro Deus seria digno de devoção, considerando que APENAS Ele libertou aquele povo do cativeiro egípcio. Em reconhecimento à UNICIDADE de Deus, o povo deveria amá-lo – ahav em hebraico – antecipando o mandamento dado por Jesus no Novo Testamento, destacando a importância do relacionamento com Deus, alicerçado no amor dedicado.
O Novo Testamento repete o chamado ao amor a Deus com três variações distintas, que se encontram em Mt. 22.37; Mc. 12.30 e Lc. 10.27. Deuteronômio e Mateus apresentam três elementos, ainda que Mateus não inclui o termo “força” e acrescenta “pensamento”, algumas versões preferem “entendimento”. Marcos e Lucas apresentam quatro elementos, incluindo tanto “força” quanto “entendimento”, ainda que em ordem diferente. É importante ressaltar, a esse respeito, que o amor a Deus não deve dispensar a mente, a palavra dianoia em grego pode ser vertida como “entendimento, contemplação e imaginação”.
Talvez nos inquiete a diversidade na citação dos evangelistas, em relação à declaração de fé no Antigo Testamento, distinguindo coração e mente. A explicação para essa diferença se encontra na palavra hebraica lebab, geralmente traduzida para o grego como “coração”. Na língua grega, o termo coração geralmente utilizado para a versão é kardia, que não equivale em termos sinonímicos ao valor linguístico de lebab em hebraico. Por isso, a fim de abranger a dimensão da palavra hebraica, os evangelistas incluíram a palavra grega dianoia, para contemplar o aspecto mental do amor a Deus, tendo em vista que a palavra lebab em hebraico não distingue coração e mente.
Na cultura ocidental, costumamos fazer a diferença entre o conhecimento do coração e o da mente, como resultado da dicotomia corpo e mente, mas essa distinção não está expressa na palavra hebraica lebab, na verdade o amor a Deus requerido pela Torah deve ser integral, envolve ser humano como um todo. Isso reforça o que dissemos anteriormente, que o amor a Deus não deve ser apenas com o coração – fundamentado na emoção como compreendido em nossa cultura, mas também com a mente – de maneira que nosso entendimento também é uma expressão de amor a Deus.
Essa perspectiva equilibra e integra nosso relacionamento com Deus, a fim de evitar os extremos daqueles que optam pelo sentimento e/ou entendimento, um em detrimento do outro. Por isso, quando Moisés diz que o povo deve amar YHWH com seu labab, está explicitando que o povo deve ter a Torah em mente e também no coração. Isso inclui a memorização, a disposição para permitir que a Palavra de Deus habite em nossas vidas. Compreendemos, portanto, que precisamos meditar com maior frequência na Palavra de Deus, de modo que essa encontre guarida na totalidade do nosso ser.
Merece destaque nessa passagem o verbo shanan, que se encontra apenas no versículo 7, geralmente traduzido como “inculcar”. É válido destacar que gramaticalmente esse verbo se encontra no piel, a fim de denotar frequência, repetição e continuidade. No contexto da passagem, a ênfase é posta na instrução às crianças, a fim de que essas se firmem na Torah: “ensinarás… falarás assentado… andando… deitando…levantando”.
Portanto, devemos ensinar as crianças continuamente a Palavra de Deus, a fim de que essas sejam instruídas no temor do Senhor, que é o princípio da sabedoria.
E o mais importante, essa instrução deve resultar em amor, direcionado a Deus de maneira integral, devotando sentimento-entendimento Àquele que é o ÚNICO digno de adoração, não apenas porque nos libertou da escravidão, mas simplesmente pelo que Ele é.

Ev. José Roberto A. Barbosa (Teólogo e Linguista, membro da Diretoria e Superintendente Geral da Escola Bíblica Dominical da IEADEM)

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